Werewolf ShaunCarneiro

Werewolf Description

"Sopro de Sangue e Areia"

Meu nome e Shaun Carneiro, um erro de sangue que jamais deveria ter nascido.

Filho de uma mulher humana marcada por séculos de maldições tribais e de um djin errante, exilado das terras ardentes do deserto por ter desafiado os pactos antigos, Malik carregava nas veias a herança de duas naturezas que nunca coexistiram em paz.

Sua pele era de um tom moreno-claro queimado, como se a própria luz do entardecer tivesse se entranhado nela. O cabelo, crespo e volumoso, caía ao redor do rosto como uma coroa de sombras desalinhadas. Seus olhos… os olhos eram um problema. Quando calmo, pareciam de âmbar envelhecido. Mas nas noites certas – ou erradas – eles ganhavam um brilho dourado profundo, como se uma tempestade de areia dançasse por dentro deles.

Nas vielas da Cidade Velha, as pessoas o chamavam de "o Filho do Vento e da Fera".

Eu o Shaun vivo entre dois mundos: o das sombras de ferro e concreto, e o das areias ancestrais que visitava apenas em sonhos febris. Durante o dia, era um andarilho de palavras curtas e presença forte. Sua voz carregava um timbre rouco, sempre entre o cansaço e o perigo, como se cada frase fosse uma prece maldita. À noite, sua maldição despertava.

O lado lobisomem não perdoava. Quando a lua subia, os ossos de Malik estalavam como madeira velha, a pele se rasgava para dar lugar a músculos mais densos, garras e presas. Mas diferente dos outros da sua espécie, ele não era apenas carne e fúria.

O lado djin... sussurrava.

Quando se transformava, a fumaça dourada de sua ascendência flutuava ao redor do corpo, como se o ar estivesse prestes a pegar fogo. Ele podia desaparecer num turbilhão de areia e aparecer metros adiante. Suas garras não só cortavam a carne… às vezes, levavam a própria alma da vítima junto.

E as palavras... ah, as palavras. Se eu pronunciasse o nome verdadeiro de alguém durante o ataque, era como selar o destino: a dor ficava marcada para sempre no espírito.

Os caçadores de demônios o perseguiram. Os filhos da lua o rejeitaram. Os próprios djins o consideravam uma aberração.

Mas ali, entre as torres de vidro quebrado e as igrejas desertas, eu encontrei um tipo de redenção no caos. Trabalhando como mercenário para quem pudesse pagar – ou para quem tivesse uma dívida com o destino – ele escolhia suas próprias guerras.

Nunca pediu perdão. Nunca esperou misericórdia.

Na calada da noite, com o cheiro de ferro e incenso no ar, ele apenas sussurrava para si mesmo:

"Não sou criatura de um mundo só… e nem de mundo nenhum."

E então, desaparecia… como um sopro de sangue e areia.

ERICK F S
Shaun o Carneiro

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