Vampire scrxcry.

Vampire Description

A Canção de Sangue de Scrxcry

Na neblina eterna que abraçava a cidade esquecida de Gravenloch, havia um nome que não era pronunciado em voz alta — Scrxcry. Os mais velhos diziam que não era apenas um nome, mas um sussurro amaldiçoado, um som que o vento carregava para avisar aos vivos sobre o toque gelado da morte.

A Origem

Séculos atrás, quando o mundo ainda acreditava que monstros só existiam nas histórias, Scrxcry fora um homem. Chamava-se originalmente Seracir Draven, um erudito obcecado por textos proibidos. Seu fascínio não era pela imortalidade em si, mas pelo poder de moldar o destino. Em sua busca, encontrou o Codex Noctis, um tomo que dizia abrigar o segredo para atravessar as fronteiras entre a vida e a morte.

Na noite em que leu as últimas palavras do Codex, a lua tingiu-se de carmesim, e uma figura emergiu das sombras — um vampiro ancestral, chamado O Sanguinário Sem Rosto. Como pagamento pelo conhecimento roubado, o ser ofereceu a Seracir um “presente”: uma eternidade de fome insaciável.
A partir daquele instante, seu corpo queimou, seus ossos mudaram, e o calor humano foi drenado até restar apenas frio e escuridão. Seu nome foi consumido, restando apenas um som distorcido, impossível de pronunciar corretamente — Scrxcry.

A Maldição

Scrxcry não era como os outros vampiros. Ele não se alimentava apenas de sangue — ele bebia memórias. Cada vítima perdia não só a vida, mas também suas histórias, suas dores, seus amores. No instante final, ele olhava nos olhos da presa e murmurava uma frase sempre igual:
"O que você foi... agora é meu."

Com o tempo, Scrxcry tornou-se um poço de lembranças roubadas, carregando dentro de si séculos de vidas que não eram suas. Isso o enlouquecia. Às vezes, ele chorava com a lembrança de um filho que nunca tivera, ou ria de piadas ditas por pessoas que não conhecera em vida.

A Cidade das Sombras

Gravenloch, o lugar onde ele se escondia, não existia em nenhum mapa. Era uma cidade esquecida, perpetuamente envolta em névoa e luzes fracas. As casas eram velhas, de madeira úmida e pedra gasta. Portas rangiam mesmo fechadas, e havia janelas que pareciam assistir aos transeuntes.

Os moradores sabiam das regras:

1. Nunca sair à noite.

2. Nunca abrir a porta para uma voz familiar.

3. Nunca pronunciar o nome dele.

E, mesmo assim, todos os anos, corpos eram encontrados drenados, com os olhos abertos e uma expressão confusa — como se não lembrassem de quem eram antes de morrer.

O Caçador e o Monstro

Certo inverno, um caçador de vampiros chamado Elyas Vorne chegou a Gravenloch. Ele não buscava apenas matar Scrxcry — queria recuperar as memórias roubadas de sua filha, que, mesmo viva, vagava pela vida como um corpo sem alma. Elyas acreditava que, destruindo o vampiro, poderia libertar todas as histórias presas dentro dele.

O confronto final ocorreu na Catedral Afogada, uma igreja em ruínas parcialmente submersa. Chovia, e a água gelada batia nos vitrais quebrados. Elyas entrou com estacas de prata e uma cruz gravada com runas antigas. Scrxcry esperava sentado no altar, como se já soubesse do destino.

O combate foi brutal. Cada golpe de Elyas parecia arrancar não apenas sangue, mas também vozes — gritos, choros, risadas ecoavam pelo salão enquanto memórias escapavam do vampiro. Mas Scrxcry, com um último movimento, perfurou o peito do caçador, segurando-o como uma marionete quebrada.

Antes de matá-lo, o vampiro sussurrou:

> "Você luta por lembranças, mas nem todas merecem ser lembradas."

E então, em um gesto inesperado, libertou apenas uma memória de sua prisão: o sorriso da filha de Elyas. Depois, desapareceu na névoa, deixando o corpo do caçador na água escura.

O Destino

Ninguém sabe se Scrxcry ainda vive. Alguns dizem que vaga pelas ruínas do mundo, colecionando memórias como outros colecionam joias. Outros juram que ele está enterrado em algum lugar de Gravenloch, esperando o dia em que alguém pronuncie seu nome em voz alta novamente.

E a lenda permanece:
Se, numa noite de neblina, você ouvir alguém chamando pelo seu nome com a voz de alguém querido, não responda. Pode ser Scrxcry, vindo para roubar a sua história.

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