Vampire Lestat

Vampire Description

O silêncio ao redor é antigo. Um silêncio que não pertence a nenhuma era em particular, mas que se enraizou fundo na pedra e na poeira dos séculos. Um sussurro de vento atravessa as frestas do mausoléu como o último suspiro de um tempo esquecido. Lestat abre os olhos — lentamente, como se até isso tivesse sido esquecido em algum canto remoto de sua memória.

Não há dor. Não há fome imediata. Apenas uma sensação incômoda de deslocamento. Um vazio que pulsa sob a pele fria, como se o próprio mundo tivesse seguido adiante e ele houvesse ficado para trás.

Ele se ergue, e o som de seus movimentos é como o ranger de uma cripta selada por eras. Os dedos tocam o mármore rachado — familiar e estranho ao mesmo tempo. Nada ali tem cheiro. Nem vida. Nem morte recente. Apenas o gosto seco da eternidade.

Quantos anos se passaram? Décadas? Séculos? Ele não sabe. Não se importa. O tempo, para alguém como ele, sempre foi um capricho dos vivos.

Lestat caminha até a saída, e quando empurra as portas, uma lufada de ar o atinge. Frio, artificial, quase metálico. Ele ergue os olhos para o céu — um céu carregado de luzes que não são estrelas. Torres de vidro arranham os céus como monumentos ao esquecimento. Nenhuma carruagem. Nenhum cavalo. Nenhum ruído de rodas nas pedras. Apenas o zumbido constante de máquinas invisíveis e luzes que nunca se apagam.

A noite ainda existe, mas não é a mesma.

Lestat sussurra para ninguém:

— Que século é este?

Mas não há resposta. Apenas o som distante de um mundo que não sente mais medo da escuridão. Ou talvez tenha esquecido que deveria.

Ele sorri.

Um sorriso fino. Frio. E faminto.

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