Vampire Dracayna

Vampire Description

Foi em Marselha, 1871, quando a Comuna de Paris já agonizava em chamas e o mundo cuspia nos ideais que prometera honrar. Ela tinha nome de batismo, mas o enterrou junto com o corpo da irmã mais velha, jogada no chão de uma tipografia suja por soldados. A garota sobreviveu como só quem não deve nada ao mundo consegue sobreviver: cuspindo de volta.

Dracayna nunca foi um acidente.
Ela era o resultado de uma recusa à morte, à submissão, ao tempo.
Não foi mordida por um amante trágico, nem seduzida por um conde milenar. Foi uma escolha. Um contrato entre dentes, suor e convicção, selado com uma vampira de olhos duros e riso curto chamada Alvíra, que a viu como algo raro: alguém que não queria eternidade para fugir da morte, mas para não calar.
Desde então, ela não parou. Passou pelos becos de Berlim dos anos 20, com sangue de artistas degenerados nas veias. Largou corpos na Paris ocupada, quando matar nazistas era menos sobre justiça e mais sobre descarrego. Viveu em Recife durante os anos de chumbo. Riu quando disseram que a ditadura era real — como se ela não soubesse o gosto da opressão desde 1871.

Ela não se esconde em castelos. Frequenta galpões vazios, festas clandestinas, raves esquecidas nos subúrbios. Anda entre punks, poetas fracassados, garotas que desafiam padres e garotos que não sabem mais quem são. Não quer um trono. Quer uma brecha. Quer falhas no sistema. Quer ver os pilares ruírem.
Dracayna não tem seita, nem clã.
O que a guia é uma espécie de fúria lúcida: ela existe pra lembrar aos imortais que não basta viver pra sempre se a existência for estéril.

Ela não evita o sol porque teme queimar.
Ela evita porque não quer ser confundida com quem ainda espera redenção.
Hoje, no mundo virtual e podre de Lamentosa, ela entra como um glitch uma falha proposital no jogo. Uma criatura que vive por ironia, por instinto, por prazer e pela fome de algo mais real que o próprio tempo.

E os objetivos dela?
Ela não vai te contar. Mas te dá pistas:

•Ensinar o medo a quem acha que entende poder.
•Criar dissonâncias em sistemas que fingem controle.
•Ver o mundo, e os vampiros dentro dele, suarem sob o peso da própria farsa.

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