Vampire Cigana

Vampire Description

Nasceu do ventre de uma bruxa, numa noite em que o vento parecia sussurrar presságios de morte. A mãe não teve tempo sequer de lhe dar um nome: foi arrastada pela população até a fogueira antes que o sangue do parto esfriasse. Cresceu nos arredores das ruínas daquela mesma vila, sempre marcada pelo estigma do sangue materno — filha da heresia, fruto de um ventre amaldiçoado.

Ainda criança, foi capturada por homens que viam no que ela era uma oportunidade de lucro. Vendida para um laboratório escondido entre muros frios, foi transformada num objeto de estudo. Lá, não era mais pessoa; tornou-se um corpo. Abriram sua pele, estudaram seu sangue, injetaram venenos, queimaram símbolos no peito, experimentaram dor e medo como se fosse uma equação.
E ela, jovem demais para entender, aprendeu cedo que chorar não traz socorro.

Quando o corpo não aguentou mais, decidiram que não tinha mais serventia. Morreu nua, ferida, abandonada como lixo numa clareira sob a lua cheia. Mas a morte não teve o poder de apagá-la completamente. Seu cadáver pálido, frio como a neve, foi encontrado por um homem cujo olhar não tinha misericórdia — apenas interesse.

Ele a levou para casa, devolveu-lhe uma espécie de vida: a transformou em vampira. Não por compaixão, mas porque viu potencial em tudo aquilo que o mundo destruiu nela. Criou-a não como filha, mas como arma. Ensinou-a a caçar, a matar, a afogar toda lembrança de quem foi, até que restasse apenas a sede de vingança.

Hoje, carrega na pele cicatrizes cauterizadas e, na mente, fragmentos distorcidos de dor e medo. Sabe que nasceu para ser sacrificada, foi mantida viva apenas para servir — e, no fim, transformada para destruir.
Vaga entre sombras com os olhos ainda refletindo a chama da fogueira que levou a mãe. E tudo que a move é o gosto frio da vingança — não como escolha, mas como condenação escrita em cada gota de sangue que agora corre em suas veias mortas.

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